Para ontem
As tuas mãos ofuscam a claridade da água.
Turvos são os lugares onde tocam, podiam ser pedras
não fosse a circunspecta dádiva.
Faz anos que beijaste a descoberta do início.
E ontem, ontem mesmo, descobriste a gaveta sacra,
os silêncios de poeira fresca.
Sublimes são os dias mas apenas para quem não recorda.
Os fantasmas, viagem nas memórias de quem guarda
esse respirar solene das certezas.